Eva Camargo Cancelier - Vida
Campesina
Minha história começou quando meus pais residiam
no estado do Rio Grande do Sul, meu pai é de Nonoai, minha mãe de Erexim.
Casaram em Passo Fundo tiveram cinco
filhos o primeiro foi registrado em Passo Fundo, eu era a menor, chegamos de
mudança no município de Francisco Beltrão-PR.. Meu pai registrou os menores
neste município no local chamado linha de São Miguel, lá nasceu mais uma irmã.
Meu
pai e meus avô venderam o sítio em São Miguel,
e mudamos com meus tios e avós, viemos de carroça para o município de
Nova Aurora PR, ali nasceram mais quatro irmãos éramos em dez. Minha mãe trabalhava na roça saíamos de
madrugada só retornávamos no anoitecer isso eu tinha seis anos e já pegava na
enxada para capinar. No sítio do meu pai tinha a escola chamava Luiz da Gama meu
estudo começou aos sete anos, estudei dois anos e a escola fechou por falta de
professor a minha primeira professora chamava Izabel seu marido vendeu tudo e
foram morar em Mundo Novo MS. Ficamos sem a professora na escolinha a merenda
era boa era feita no fogão a lenha, não tinha merendeira era sempre duas alunas
que preparava o leite e a sopa. Que tempo bom, mas tudo mudou eu e meus irmãos
tínhamos que andar a pé 9 quilômetros para estudar saíamos de casa as quatro horas
da manhã as vezes íamos a cavalo, não deu para estudar muito tempo. Minha mãe
ficou doente, meu pai levou para Curitiba na época de 1967 e 1968, gastou tudo o
que pôde e descobriu que ela tinha
câncer e estava no estágio terminal. Eu tinha doze anos quando minha mãe veio a
óbito e meu pai falou vocês não vão mais estudar, porque o pai tem dívida do
hospital para pagar, vamos arrendar mais terras éramos os cinco mais velhos
tinha que capinar puxar os bois para o meu pai arar a terra, plantava de
maquinha tec-tec e semeava o trigo e nós com a enxada íamos cobrindo a semente.
Aos
dezesseis anos me casei e foi morar no sítio vizinho do meu pai, também
trabalhava na roça lá além do plantio de milho, arroz e trigo tinha café, há no
meu pai plantava hortelã aquele menta, cortava e depois levava de carro de boi
até o alambique.
Em
1989 fomos morar na cidade, meu sogro faleceu venderam o sítio. Hoje a minha
vida vocês sabem não quero mais falar da vida passada. Trabalho na Escola
campesina no Distrito Parque Água Limpa, me sinto bem.
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